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Grupo em tratamento no DF ganha bonecos em 3D com a própria imagem


Um grupo de crianças e adolescentes que recebe atendimento médico intensivo no Distrito Federal ganhou um presente fabricado com tecnologia de ponta: um boneco à imagem deles, produzido em impressoras 3D. A iniciativa é uma parceria entre a Brasília Fab Lab, empresa startup (do ramo de tecnologia), e a ONG Sonhar Acordado.

Foram fabricados bonecos para seis pacientes acolhidos pela ONG. Eles passaram por um scanner, que mapeou o rosto de cada um e transformou traços e expressões em comandos para as máquinas. A organização tem entre suas “missões” atender jovens que se deslocam até Brasília para fazer exames ou cirurgias.

Um dos focos é realizar o sonho de crianças com quadro de doença grave, como, por exemplo, permitir uma viagem de helicóptero a um paciente com atrofia muscular que tinha o desejo de voar pela primeira vez.

Em quatro dias, duas máquinas importadas se revezaram para tirar os brinquedos da imaginação das crianças e transformá-las em um objeto concreto, de três dimensões. O material usado para imprimir os bonecos é um plástico derivado do amido de milho, o PLA. A tecnologia norte-americana foi importada por cinco estudantes de Brasília

Nós queríamos que as crianças se esquecessem das dificuldades que enfrentam e entrassem no mundo da tecnologia. O objetivo era mostrar que as coisas que elas fazem podem ser tornar realidade. E no final, tivemos a comprovação de que a tecnologia é acessível para qualquer um", afirma Marina Suassuna, uma das integrantes do Fab Lab.

os 15 anos, Paulo Ferreira é um dos que receberam o presente. Ele está na fila para receber transplantes de pulmão e de coração. Enquanto escolhia a “estrutura” do próprio boneco por meio de um tablet, o jovem afirmou ter interesse de atuar na área de tecnologia. “Eu vivo no WhatsApp, no celular. Meu sonho mesmo é trabalhar com carros.”

Outra garota contemplado com o presente é Layenne Pereira, que diz ter intenção de lidar com a área criativa no futuro. “Quero ser estilista ou artista plástica”, contou a menina de 13 anos, que precisa se deslocar de Planaltina de Goiás até o DF a cada três meses para tratar uma condição rara chamada mucopolissacaridose – quando a criança nasce sem uma enzima capaz de digerir açúcar.



A mãe de Luiz Bedin traz o filho do Paraná até a capital por causa de uma paralisia. Ele iniciou o tratamento há quase 20 anos. Somente em 2015, Ivanir Bedin viajou três vezes a Brasília.

“Hoje meu filho tem 29 anos e trabalha na Câmara dos Vereadores. É um orgulho muito grande só de pensar que ele está fazendo faculdade de administração”, afirmou a funcionária pública. O tratamento de Bedin, incluindo os deslocamentos, é custeado pelo governo paranaense.

De acordo com o economista Gustavo Gralha, um dos coordenadores do projeto, a ideia é passar valores de solidariedade e educação. “As crianças são muito carentes, e o que tentamos mostrar é que há muita coisa além das casas de apoio onde ficam. A gente propõe atividades de forma com que elas se insiram na sociedade”, destacou o voluntário.
Tecnologia importada

É no subsolo de um prédio da 305 Norte que funciona a “Fab Lab”. O conceito da empresa foi importado do Vale do Silício norte-americano e propõe democratizar o acesso à tecnologia de ponta para que seja possível “fabricar as próprias ideias”. Ela coloca à disposição quatro impressoras 3D e máquinas de plotagem (para cortar material) de extrema precisão. A parceria com a ONG Sonhar Acordado nasceu após uma recomendação do Sebrae.

Marina Suassuna, uma das investidoras do projeto,
ao lado de um elefante fabricado numa máquina de
impressão 3D (Foto: Gabriel Luiz/G1)

Com um investimento de R$ 50 mil entre os cinco sócios, os estudantes da UnB voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos planejando montar o projeto no Brasil.

“Nós fomos para lá e percebemos que nossos cursos são muito carentes de infraestrutura comparado com o que conhecemos lá”, contou o empresário André Leal, formado em desenho industrial.

O espaço foi inaugurado em janeiro deste ano, após o fim do programa Ciência Sem Fronteiras para eles. “Quando voltamos, fomos atrás de uma impressora 3D com o objetivo de transferir todo o conhecimento que aprendemos: abrir um espaço como uma rede de laboratório com filosofia de acesso a máquinas”, disse Leal.

Por R$ 120 mensais, os sócios se propõem a ensinar o público – formado principalmente por estudantes e professores da área de arquitetura ou engenharia – a operar as máquinas do laboratório.

É possível também encomendar projetos avulsos, como pedir para imprimir uma maquete em 3D pela internet. A Fab Lab recebe cerca de 50 projetos por mês e os preços variam entre R$ 9 e R$ 500.

A manutenção das máquinas é por conta dos próprios investidores. “Sempre temos que fazer ajuste nos aparelhos. Inclusive isso permite uma economia grande no projeto. Fabricamos uma cortadora a laser por R$ 10 mil, sendo que uma máquina do tipo no mercado sairia dez vezes mais cara”, afirmou outro sócio da Fab Lab, o engenheiro elétrico Bruno Amui. “É importante termos máquinas de excelência para fazer material de qualidade”, declarou Marina Suassuna, outra investidora do projeto.

Empresários André Leal (d) e Bruno Amui (e) 
ao lado de máquina de corte a laser fabricada
por eles mesmos (Foto: Gabriel Luiz/G1)

Fonte: G1

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